quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Meu Último Apelo

Quando os céus caírem,
eu estarei lá,
para aguardar esta ruína apocalíptica;
verei que um sonho se desfaz nas notas de musicas tão fugazes...
notas tão vorazes,
notas que desaparecem como vento...
notas que silenciam,
notas que me distânciam,
nota que me desafiam.

Seriam essas notas que ainda reavivam no meu coração,
estes sentimentos que assassino com o amanhecer de um novo céu?
Ou eu os cuspirei como uma droga velha,
que já não desce pela garganta por ser amarga demais?
Estarei aqui aguardando... mais uma vez...

E outras vezes o sol nascer,
os pássaros cantarem,
e a chuva cessar,
verei os violinos rasgarem o silêncio,
mas agora o que rasga-o... é o vento vagaroso que sopra,
é o chiado murmurante destas folhas ao chão!

Estarei do lado do teu túmulo quando partir,
sentirei um nojo por não ter estado mais forte,
sentirei-me tão podre por nunca ter feito mais
por você mais por nós; mais por tudo,
agora este tudo, se desfaz em poeira,
por que eu me derramei nas águas e virei lama. 
Estarei sendo sempre o palhaço que um dia alegrou a todos,
que trouxe o riso solene,
que trouxe o sol perene nas faces dos tristes,
mas agora, o sol se esconde e eu,
o palhaço fulgurante, se desfaz em prantos comoventes,
ao tocar o violino, tão lacrimoso e tão infeliz,
pois a alegria acabou,
secou o pote, e não pode ser preenchido.

Estarei por último, sentado frente a porta,
esperando eu mesmo voltar,
pois um dia eu sai  eme esqueci aqui sozinho;
esqueci de mim mesmo neste solar deprimente;
sinto saudades de meus risos;
quero que voltes logo,
pois a foice da Morte,
aperta meu pescoço e sufoca minha alma!

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