sexta-feira, 27 de abril de 2012

Para o Fundo


Depois de morrer na frente de todos, abandonei-me ao mar.
Velejei sem destino,
larguei meu coração no Porto,
e ali o disse adeus!

Pelos céus me guio,
não preciso ter medo de mais nada agora,
sem coração, nada me magoa mais,
espero que ele seja forte e siga em frente.

Neste escuridão tão doente,
me aprofundo mais e mais,
quero desaparecer e não lembrar,
quero me afogar, e não submergir.

A seguir a frente uma tempestade,
cada vez violenta, a água invade o convés;
no fim afundando me vou,
não me arrependo 
nem me debato.

Vou descendo para as profundezas
deste oceano frio, e mórbido,
como queria então,
vou descansar.

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